"Sabe quando você ama uma pessoa, mas acha que ela faz por onde ser odiada? Pois é. O Peter é um desses caras. Ele sempre quer me tirar do sério. Eu ainda vou acabar na cadeia por assassinar uma pessoa, no caso específico, PETER! 

Ele sempre me enche a paciência, mas hoje eu não consegui me conter. Ele veio com esse papinho de menino inocente do interior, dizendo: 'Eu só estava querendo ajudar!' Ajudar é quando alguém está morrendo afogado e você pula na água(sabendo nadar é claro) e tira a pessoa de lá. Ir no baile de formatura com a Shirley é querer que eu pessoalmente o afogue. Que saco. Ele sempre faz essas merdas e eu sempre tenho que tirar ele de lá. Que coisa mais chata, meu irmão... PORRA!!!!! A Shirley?! Logo ela! Por que?!"

 

Chloe estava mais do que brava. Ela queria realmente mata-lo. Chloe e Peter se conhecessem desde as fraldas. Eles são vizinhos e sempre fizeram tudo junto. Mas hoje, devido a esse convite, parece que tudo mudou para Chloe. É como se ela estivesse perdendo o melhor amigo, coisa que Peter sempre fora. Ele sempre cuidou dos machucados dela e sempre fez de tudo para que ela fosse feliz. Chloe também. Sempre ajudava Peter a conhecer meninas novas, mas o que Chloe não sabia, é que Peter não precisava conhecer ninguém novo, só que a sua vizinha olhasse para ele. 

Peter e Chloe dividiam a janela do quarto. Um dia, Peter chegou em casa e se jogou na cama, sem perceber que havia um volume estranho embaixo das cobertas, era Chloe, que depois de uma discussão com mãe, sairá de casa e não queria ir muito longe. Entrou pela janela do quarto dele. Ele havia ido jogar bola com os amigos da escola e chegará tarde. Ela acabou pegando no sono. Acordou com um susto, de Peter caindo em cima dela. Foi a maior gritaria dentro de casa. 

Um dia, na quarta série, Peter tomou a decisão de que iria falar para ela sobre seus sentimentos. Ele comprou chocolates e livros, duas coisas que melhoravam sempre o dia de Chloe. Ele fez a mesma coisa, entrou pela janela do quarto dela e esperou que ela retornasse da cozinha. Porém, Chloe estava pensando que Peter estava flertando com outra menina da sua sala, pois ele estava todo cauteloso com Chloe e não falava direito com ela, porque ele estava muito nervoso, mas já tinha decidido contar tudo. Quando ela o viu em seu quarto, parado aquele jeito, ela logo pensou que era um ensaio para a declaração que ele faria a tal menina. Chloe, até por um momento, pensou que seria bom se fosse ela, mas logo descartou a possibilidade, pois eram muito amigos e não rolaria de jeito nenhum. Ela nunca fora uma menina escandalosa e era muito quieta até. Só se mostrava de verdade para ele e era isso que ele achava fantástico, conhecer uma Chloe que ninguém mais sabia que existia. 

Ela olhou para ele, para o livro e a caixa de bombons e disse:

- Perfeito. Ela vai ficar muito apaixonada.

- Ela quem? - Peter fez uma expressão confusa.

- A menina que você vai namorar!

- Que menina? Chloe, acho que você não entendeu. Eu... - sua voz travou, como se tivesse uma maça em sua traqueia. Não conseguia nem respirar direito.

Chloe percebeu que o rosto dele ia ficando azul e passando para o roxo. Ela correu e bateu em suas costas, até que ele tossiu e voltou a respirar, como uma pessoa que foi retirada da água.

- Você está bem? - Chloe perguntou muito preocupada. Ele balançou a cabeça positivamente, com muita dificuldade. Ela correu até a cozinha e pegou um copo de água. Depois desse dia desastroso, Peter nunca mais reuniu coragem suficiente para contar a ela.

 

CONTINUA...

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